DJ do Príncipe Negro diz: fui tentado pela quadrilha do Pix
Written by on 18 de setembro de 2023
As redes sociais são um território onde a ação de estelionatários é comum. Estes criminosos buscam vítimas para aplicar golpes por meio de anúncios e postagens que fazem pessoas inocentes serem lesadas ou até pior.
Foi o que ocorreu com o DJ Edilson, da aparelhagem Príncipe Negro, uma das mais conhecidas do Estado do Pará. No último sábado (16), ele foi sequestrado por um grupo criminoso que pratica assaltos na modalidade conhecida como “Quadrilha do Pix” após ter sido atraído por um anúncio da venda de um veículo nas redes sociais.
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Nesta segunda-feira (18), dois dias após o ocorrido, o DJ usou suas redes sociais para fazer um longo desabafo em um vídeo de quase sete minutos. Ele comentou em detalhes sobre como tudo ocorreu, desde o início até o desfecho dos momentos de terror vividos ao longo das quase três horas em que ficou sob poder da quadrilha.
COMO INICIOU:
Edilson explicou que viu um anúncio de um automóvel modelo Honda Civic no Marketplace do Facebook. Por conta de condições bastante atrativas, ele decidiu negociar a compra do carro com o suposto vendedor.
Após acertarem data e horário para que Edilson fosse conferir o carro pessoalmente, o DJ chamou o amigo taxista Leandro Nunes dos Santos para acompanhá-lo até Marituba, na Grande Belém, em um ponto de encontro que, segundo Edilson, seria próximo à rodovia BR-316.
A ABORDAGEM DOS CRIMINOSOS:
Ao chegar próximo ao local marcado, o suposto vendedor informou que não poderia sair de casa com o veículo e convenceu o DJ Edilson a ir até um endereço enviado por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp. Como o interesse pelo veículo era grande, ele não suspeitou de nada e decidiu ir até a localização.
Foi então que os seis criminosos abordaram o táxi e renderam o DJ e o taxista, levando as vítimas para uma área isolada no bairro São Francisco, em Marituba. No desabafo, Edilson afirma que “foi tentado” pelos criminosos.
PRESSÃO PSICOLÓGICA:
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“Eles queriam o dinheiro do valor do carro que estava sendo anunciado, mas nós não levamos nenhum dinheiro”, declarou Edilson. Sem a quantia em espécie, os criminosos ordenaram a transferência por Pix para o DJ, que mostrou não possuir saldo suficiente nas contas em aplicativos de banco instalados no celular dele. “Aí que começou a pressão psicológica. (Os criminosos repetiam) que eles queriam dinheiro”, complementou.
Neste momento, guarnições do 21º Batalhão da Polícia Militar já faziam buscas para encontrar o DJ. Segundo Edilson, a corporação foi informada do sequestro por meio de denúncia anônima. “No momento em que eles estavam fazendo a pressão psicológica, pedindo dinheiro, apareceu, a longa distância, uma viatura da PM. Então eles começaram a nos levar para o meio da mata”, disse.
SEQUESTRO NO MANGUE:
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Depois de avistarem uma guarnição da PM, a quadrilha conduziu o DJ e o taxista para o manguezal, onde eles chegaram a atravessar igarapés, mangues e muita lama no intuito de despistar os policiais no meio da mata.
Sem terem conseguido nenhum valor até aquele momento, os criminosos ordenaram que o DJ pedisse a transferência por Pix para os familiares. Ele, então, entrou em contato com a esposa e com o irmão, o DJ Edielson, para conseguir o valor.
NEGOCIAÇÃO:
Após negociarem pelo celular com os familiares de Edilson, os criminosos conseguiram obter a transferência bancária no valor de R$ 10 mil. Inicialmente, eles exigiam R$ 15 mil. “A todo momento eles falavam que queriam apenas o dinheiro: ‘A gente não quer nada além do dinheiro'”, contou.
Com o valor transferido para a conta da quadrilha, eles se preparavam para libertar o DJ Edilson e o taxista, quando foram surpreendidos pelos policiais militares.
TROCA DE TIROS E LIBERTAÇÃO:
O DJ Edilson afirmou que ele e o taxista não foram agredidos em nenhum momento pelos criminosos. Um deles, inclusive, o teria reconhecido pelo trabalho na aparelhagem Príncipe Negro.
“Quando eles iam nos libertar na beira de um dos igarapés, eles avistaram os policiais militares do outro lado do igarapé. […] Naquele momento houve uma troca de tiros. […] Me joguei de peito na lama, assim como o Leandro, e os bandidos fugiram pra dentro da mata. Foi então que a polícia nos resgatou”, explicou.
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Por fim, o DJ disse que ambos foram levados para a delegacia. Ele agradeceu o trabalho e empenho dos policiais em fazer as buscas e o resgate e pediu para que as pessoas fiquem atentas a anúnciou nas redes sociais.
“A gente tem que ficar ligado nesses anúncios tentadores de celular, de carro, do que for. Agradeço a atenção e carinho de todos. Mesmo abalado psicologicamente, estou bem, em casa, com a minha família”, desabafou.
VEJA O VÍDEO:
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