Bloco Afro faz seu primeiro ensaio para o Carnaval 2024

Written by on 12 de agosto de 2023

Celebrar a cultura do povo negro e promover sua valorização são algumas das propostas do ensaio aberto do Bloco Afro Axé Dudu que ocorrerá neste sábado, 12, a partir de 15h, na sede do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa). São convidados especiais da programação, os sambistas Marta Mariana e João da Hora. Este será o primeiro de vários ensaios ao longo do ano.

O Bloco tem um caráter diferente, comenta Cezar Oliveira, conhecido como Cezar Atotô, que atua na organização do evento e em composições musicais. “Ele [ensaio deste sábado] é especial porque marca os 43 anos de aniversário do Cedenpa”. Ele destaca ainda como, ao longo dos anos, o Cedenpa batalhou para que haja uma mudança na sociedade. “E a gente já conseguiu algumas conquistas”, celebra.

Fazem parte da banda do Afro Axé Dudu, os músicos: Pereira, no surdo; Pepe, no timbal; Jodair e Lucas, no atabaque; Power, no agogô e violão; Natan, na cabaça e atabaque; além de Socorro Clemente, Claudia Peniche, Dalva Santos e Cezar Atotô, nos vocais.

MÚSICAS POLÍTICAS

“Nas músicas, os ritmos são o afoxé e o samba. As nossas músicas são bem políticas, voltadas para a valorização da cultura negra, falam sobre racismo e os orixás”, comenta Cezar Atotô. Além dos convidados Marta Mariana e de João da Hora, os cantores do bloco farão revezamento ao longo do ensaio. Além disso, serão apresentados novos percussionistas da banda, que participaram de oficinas promovidas pelo Bloco.

“O ensaio é aberto para quem quiser participar, inclusive quem quiser sair no bloco também para o carnaval de 2024. O Bloco é um instrumento de luta do Cedenpa, uma das armas que temos para lutar contra o racismo e pela valorização da população negra. A gente acha que através da cultura também pode conseguir isso. Todo ano, o bloco homenageia um deus africano ou uma deusa, que é um orixá, e no ano que vem, a gente homenageará Exu, que é o orixá das transformações, que abre os caminhos e traz coisas boas”, comenta Cezar.

 











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VALORIZAÇÃO DA CULTURA NEGRA

O Bloco existe há 36 anos e surgiu em 1987, desfilou durante nove anos e depois deu uma parada, retornando em 2019. Todo ano, homenageia um orixá e associa a uma causa. Para a escolha da homenagem ao orixá, foi feito um sorteio, ele conta. “A gente faz um sorteio para homenagear a todos os orixás, os que são mais conhecidos no Brasil, que são em média 16, embora existam outros. É uma forma de valorização da religiosidade de matriz africana e resgate da cultura negra”, conta Cezar Atotô.

“Com o trabalho do movimento negro que vem de décadas, as pessoas já se reconhecem como um povo igual e não inferior, mentalidade que era colocada para o povo negro. A gente do movimento negro busca a equidade, a justiça e não a superioridade. O bloco vem no sentido de valorização do segmento negro, é aberto, mas o nosso objetivo está voltado para despertar a atenção do negro que recebeu uma educação ‘embranquecida’, que acaba rejeitando a si mesmo, e a gente faz um trabalho de reverter isso, que o negro passe a se olhar com mais valor e a se admirar”.

O Bloco tem ainda um caráter social, ligado à capacitação musical, comenta Cezar Atotô. “O bloco promoveu duas oficinas de percussão e aulas de canto. A previsão para o segundo semestre é dar continuidade a isso. A gente abrange turmas com pessoas da comunidade que tenham a partir de 7 anos para fazer parte do bloco. São sete aulas no geral, sempre aos sábados, em função da disponibilidade das pessoas. É voltada para as crianças, mas aberta para qualquer idade. No período do carnaval, ele sempre sai nos quatro dias no desfile na Aldeia Cabana. Sai de um terreiro de matriz africana, em um bairro periférico, para receber axé, para que tudo ocorra bem. O bloco este ano homenageou o orixá Iansã, em função das lutas das mulheres negras e no ano que vem, Exu para trazer bom axé”, detalha.

PARTICIPE

Ensaio aberto do Bloco Afro Axé Dudu

Quando: Hoje, 12, às 15h;

Onde: Sede do Cedenpa (Passagem Paulo Sexto, 244. Rua dos Timbiras, entre a Avenida Generalíssimo Deodoro e 14 de Março)

Quanto: Gratuito.


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