Cúpula da Amazônia, um apelo à lucidez

Publicado em 7 de agosto de 2023

Belém receberá chefes de Estado dos oito países membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica – OTCA. É a quarta vez que presidentes dos países amazônicos se reúnem desde a assinatura do Tratado de Cooperação Amazônica em 1978. O governo do estado do Pará está de parabéns em tomar a dianteira em discussões centrais sobre o futuro da região, tanto na Cúpula da Amazônia, a realizar-se, nos dias 8 e 9 de agosto, quanto da COP-30 em 2025. Uma oportunidade extraordinária que deve ser aproveitada ao máximo em nosso benefício.

A Amazônia brasileira tem 29 milhões de habitantes, corresponde a quase 60% do território nacional, e faz do Brasil um país de dimensões continentais. Sua contribuição é indispensável para os superávits na balança comercial, visto que três dos principais itens de exportação são produzidos em grande quantidade na região: ferro, soja e carne. Uma pujança que se consegue a despeito de toda a pressão contra as atividades produtivas.

Se, ao invés de cerceamento, houvesse amplo apoio para explorar seus vastos potenciais econômicos, a Amazônia deixaria de ser vista como problema; tornando-se solução.

Precisamos fazer um esforço de lucidez e separar narrativa da realidade. A verdade é que a Amazônia tem direito a usar uma parte do seu território em busca do desenvolvimento econômico e da prosperidade, sem os quais, é inviável conservar a floresta ou retirar a população da pobreza que aflige historicamente a região, especialmente os municípios do interior.

 Coibir, controlar, cercear, punir os setores produtivos é um terrível erro que agrava a situação econômica, social e ambiental. É preciso, ao contrário, liberdade para investir e empreender na região. É imperioso que a Amazônia se aproxime da fronteira da produtividade. Nesse sentido, os mandatários dos oito países amazônicos que estarão reunidos em Belém para a Cúpula da Amazônia deveriam concentrar seus esforços em uma agenda positiva e produtiva.

 Uma sugestão seria facilitar investimentos privados e públicos em infraestrutura: portos, hidrovias, rodovias, ferrovias, comunicações, etc., o que é indispensável para aumentar a eficiência econômica. É medida prática que contribuiria, concretamente, para os nobres objetivos da proteção da floresta. Grave será insistir na da tradicional abordagem conservacionista, a qual, apesar de décadas de aplicação, não tem sido capaz nem de cumprir seus objetivos específicos nem de tampouco contribuir para resgatar a região da pobreza.


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