Deputados lamentam o falecimento do professor Edson Franco

Written by on 13 de julho de 2023

Morreu na madrugada desta quinta-feira, 13 de julho, em um hospital particular, o professor Edson Franco aos 86 anos. “O certo, João, é que somos finitos”. Utilizo uma frase escrita por João Carlos Pereira em uma crônica de homenagem para iniciar esse texto. Frase esta, de autoria do professor falecido.

Falar em Edson Franco é falar essencialmente em educação, além de professor era um mestre, fundador e primeiro reitor da Universidade da Amazônia (Unama), antes foi fundador do CESEP, Centro Superior de Ensino do Pará. A Unama se transformou em uma referência para o ensino superior privado no país. Atualmente, exercia a função de diretor-geral da Faculdade de Estudos Avançados do Pará (FEAPA).

Segundo uma de suas netas, Laissa Khayat, Édson tinha um carisma enorme e costumava receber “os seus alunos na porta toda segunda-feira e ligava a cada aniversário para seus colaboradores”.

Ela relatou que jamais esquecera do último dialogo que teve com o avô. “Vou sentir muita, muita saudade. Te amo, minha filhinha. Vai com Deus e que Nossa Senhora te acompanhe”. Frase essa expressa quando da despedida do avô para a neta, quando esta partia para Belo Horizonte.

Para o deputado Chicão, presidente da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), o professor Edson Franco foi um visionário e sempre esteve alerta para as mudanças na educação superior. “O professor foi um grande incentivador da formação acadêmica na Amazônia. Fundou a Unama e foi o seu primeiro reitor, transformando-a em uma das maiores universidades de nosso Estado”. Destacou ainda que Franco era membro da Academia Paraense de Letras e de Jornalismo.

O professor Edson Franco esteve recentemente nas dependências da Alepa para o lançamento do livro ‘Constituição do Estado do Pará”, editado em homenagem ao jurista, deputado e constituinte Zeno Veloso. Solenidade realizada no auditório João Batista no dia 19 de junho passado. “Na oportunidade pude abraçá-lo e foi a nossa despedida. Gratidão por sua vida e pelas suas realizações em nosso estado”, expressou o presidente do Poder Legislativo do Pará.

A deputada Paula Titan (MDB), em nota, lamentou o falecimento do professor. “Ele se dedicou à educação e contribuiu para a formação de grandes líderes”, destacou. Ela estendeu o lamento aos familiares, amigos e estudantes que conviveram com o professor. “Edson Franco se tornou um símbolo de competência e dedicação aos avanços educacionais em nosso estado”, avaliou.

“A educação paraense perdeu um grande trabalhador. Fica o seu legado para a educação do estado e da Amazônia. Meus sentimentos aos familiares, amigos e ex-alunos”, expressou nas redes sociais o deputado Elias Santiago (PT).

“Edson Franco era um visionário, falava sobre educação com enorme intimidade, foi o precursor da primeira universidade particular da Amazônia, deixando para nós um legado no ensino como poucos”, expressou o deputado Erik Monteiro, suplente da Comissão de Educação e vizinho do professor em anos atrás.

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Já o deputado Eraldo Pimenta (MDB) destacou o papel do professor para a formação de muitos paraenses.  “Foi, sem dúvida, uma grande perda para o nosso estado, em particular para a educação. O professor Édson Franco era um visionário que ajudou a formar muitos cidadãos paraenses e desenvolver o Pará através da educação em todos os seus níveis, e principalmente no ensino superior com a Universidade da Amazônia. Ficam aqui a tristeza, o reconhecimento pelo grande homem e as condolências à família e aos amigos”. 

“Edson Franco, uma alma brilhante que nos deixou, mas cujo legado jamais será esquecido. Quero prestar minha sincera homenagem a esse ser humano extraordinário que acreditou na educação como o melhor caminho para a humanidade. Sua dedicação incansável e compromisso com o ensino impactaram a vida de inúmeros estudantes, através da Universidade da Amazônia, do qual era fundador”. destacou a deputada Ana Cunha (PSDB).

“O nosso estado perdeu um grande nome da educação: Edson Franco. Edson dedicou aproximadamente sete décadas da sua vida à educação, participando do processo de ensino e aprendizagem de várias gerações. Solidarizo-me com a família, amigos e ex-alunos deste grande ícone da educação” lamentou Gustavo Sefer (PSD).  

Édson Raymundo Pinheiro de Sousa Franco

“Meu nome é Édson Raymundo Pinheiro de Sousa Franco, Raymundo por causa de são Raymundo, que a minha mãe não tinha possibilidade muito de fazer uma gestação, teve dificuldade muito grande. Então ela ficou muito traumatizada com isso e fez uma promessa para São Raymundo que se nascesse um homem, ele seria Raymundo; então o meu é Édson Raymundo é por causa disso. Fui filho único, isso não é boa coisa!

E me comprometi muito que quando eu me cassasse eu teria muitos filhos. Aliás fiz uma porção de promessas, uma delas, é que a minha mãe queria que eu comesse, eu era muito magrinho, muito raquítico e não aceitava comer. Depois disso, eu fiz uma promessa comigo mesmo, para os meus filhos eu jamais vou mandar comer. Eles comem que nem desesperados, justamente porque não são obrigados a comer, isso eu acho que é uma coisa muito boa”.

Depoimento de Édson Raymundo por causa do santo, para a professora e historiadora Edilza Fontes, dentro do projeto “A UFPA e os Anos de Chumbo: memórias, traumas, silêncios e cultura educacional (1964-1985)”. A entrevista faz parte de um acervo digital com base em depoimentos de professores, técnicos administrativos e ex-alunos da Universidade Federal do Pará. O projeto entrevistou 52 pessoas que tiveram atividade acadêmica dentro da Universidade Federal do Pará.

No depoimento, ele fala de sua trajetória, exímio datilógrafo e depois digitador, advogado com escritório reconhecido na Praça; diretor do Colégio Paes de Carvalho; secretário de Estado de Educação na gestão do governador Jarbas Passarinho; membro do Conselho Federal de Educação, nomeado pelo presidente Castelo Branco, a pedido do governador Passarinho, na época da Reforma Universitária, normatizada por decreto; secretário do Ministério da Educação de 1967 a 1969. Depois participou da Abril Cultural até 1974 quando retornou a Belém.


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