Conduzindo o negócio: histórias de quem vive da bicicleta

Written by on 3 de junho de 2023

Quando o relógio marca 4h15, Elineuza Portilho (37) inicia o preparo de cuscuz doce, além de duas fartas panelas de mingau, uma de farinha de tapioca e outra bem mais generosa de milho branco. Tudo deve estar pronto até 6h30, horário que precisa sair de casa pedalando seu pequeno negócio: o Mingau da Princesa.

Eli se posiciona na calçada, próximo da esquina da avenida Almirante Barroso com a travessa Lomas Valentina no bairro do Marco em Belém. Seu carrinho móvel é inconfundível, arrancando olhares daqueles que cumprem a travessia agitada de todas as manhãs.

“A ideia da bicicleta surgiu quando precisei ajudar a minha família com a venda de mingau. Em um certo dia, assisti a um vídeo na internet, vi uma pessoa com um projeto parecido, mas era de madeira, então aperfeiçoei”, conta, sem deixar de dividir a atenção com os clientes. “Antes da bicicleta, era só essa ‘caixa’ com as rodinhas pequenas. Meus irmãos tinham que empurrar, era cansativo e perigoso”.

A estrutura é simples: uma metade é um gabinete revestido com a identidade visual e duas rodas de tamanho médio. A outra é a bicicleta com canos cortados e soldados, acoplados no fundo do carrinho. Para conduzir com eficiência, está o guidão na barra de ferro que faz parte da estrutura do carrinho. Foram cinco meses de muito trabalho até que Eli tivesse condições de arcar com as modificações que conhecemos hoje.












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Bicicleta aliada à tradição

Não muito distante, a menos de 100 metros, outro comércio móvel inconfundível se faz presente: Ronildo Gonçalves (40) vende salgados e sucos há, aproximadamente, 15 anos em parceria com o primo que fundou o pequeno empreendimento.

Morador do bairro Decouville, em Marituba, sai cedo de casa todas as manhãs para cumprir um longo trajeto de ônibus até o Bosque Rodrigues Alves. De lá, caminha até uma pequena passagem próximo da travessa Angustura, entre as avenidas Almirante Barroso e João Paulo II, e retira o seu comércio móvel para posicioná-lo estrategicamente na esquina da Lomas. O triciclo se transforma em uma pequena barraquinha e fisga quem chega à cidade ou se prepara para sair dela.

“Quando eu fiquei desempregado, meu primo me deu essa oportunidade. Aprendi a fritar os salgados, o tempo correto de fritura, como montar o carrinho e a instalação elétrica dos equipamentos”, explica com serenidade, contrastando com a movimentação intensa de carros e ônibus que percorrem a avenida ao lado.












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PRATICIDADE

Eli e Ronildo comungam de um investimento mútuo: a bicicleta. No dia mundial da nossa magrela, celebrado neste sábado (03), a dupla concorda que simplicidade e praticidade são características marcantes desse veículo versátil. Características que eles fizeram questão de imprimir em seus empreendimentos.

“Definitivamente a bicicleta veio para facilitar o meu trabalho. Ela é prática. Faço bem menos esforço mesmo com o carrinho abastecido. Sem ela eu acho que não daria conta”, reconhece Eli, que colhe todos os frutos de um árduo trabalho com uma clientela fiel dos últimos nove anos.

A bike som que domina o Guamá

Acinaldo Costa (52) tem o próprio ritual de trabalho. Aos finais de semana e feriados, cedo pela manhã ele liga a caixa de som, escolhe os melhores louvores e prega para os transeuntes. Posicionado em uma das feiras do Guamá, Mundurucus ou Napoleão, o trabalho de divulgação inicia pouco depois.

“Tem uns serviços que eu faço andando de bicicleta e outros que fico em frente ao comércio. O pessoal me contrata e faço a divulgação para tudo: mercadinhos, igrejas, açougues, farmácias, churrascarias, salão de beleza. Aonde eu tiver que ir eu vou!”, garante o profissional, que não sabe precisar o tempo de atuação na área. “Já faz uns cinco anos, acho que até mais”.

O entusiasmo de todas as manhãs, além do domínio das palavras ao fazer seus anúncios refletem o orgulho de Naldo no investimento feito com a bike som e uma cartela de clientes cultivados naquele pequeno perímetro do bairro.

“Eu via os outros trabalhando com a bike som e a forma como eles anunciavam. Geralmente era usar um pendrive e só. Comprei a bicicleta, comprei o som e arrisquei, mas no meu caso é diferente. Eu coloco um hino pra tocar. Fiz um teste e graças a Deus deu certo trabalhar na área de comunicação. Eu faço ao vivo, falo na hora, não preciso de pendrive”, garante.


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