Rolon Ho responde críticas sobre o brega do Pará na “Dança”

No último domingo (21), milhões de brasileiros puderam acompanhar, pela primeira vez, apresentações do brega do Pará na “Dança dos Famosos”, quadro do programa “Domingão com Huck”, da TV Globo.

As performances apresentadas no palco acabaram sendo alvo de críticas para alguns internautas paraenses, que chegaram a dizer que as apresentações eram “tortura”.

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Como um bom paraense e defensor do brega no Pará, o coreógrafo, dançarino e professor Rolon Ho, que participa do quadro “Dança dos Famosos” em dupla com a atriz Priscila Fantin, decidiu responder às críticas feitas nas redes sociais e se disponibilizou a explicar em detalhes os principais aspectos do ritmo musical regional.

Em vídeo gravado com exclusividade para o DOL, Rolon Ho comentou os principais pontos que foram motivos das críticas dos paraenses, como a escolha das músicas e as coreografias apresentadas pelas oito duplas de famosos.

“Tiveram algumas mensagens negativas sobre o brega na ‘Dança dos Famosos’ e eu vim aqui esclarecer algumas coisinhas, tirar dúvidas de algumas pessoas e até mesmo poder passar um pouquinho do meu conhecimento para aquelas pessoas que não compreenderam e não compreendem sobre o brega”, destacou Rolon Ho.

VERTENTES DO BREGA PARAENSE

O professor de dança explicou que o brega é um gênero musical que possui diversas vertentes, como o brega saudade, brega pop, brega calipso, tecnobrega e tecnomelody. De acordo com Rolon, é como se cada uma viesse após a outra, sem excluir a existência da vertente anterior.

“A gente consegue visualizar uma mudança musical e uma mudança de dança. Conforme vai passando o tempo, o brega vai evoluindo e a gente vai tendo este entendimento. Mas é importante entender que tudo é brega, independente da vertente que você está dançando. Eu vi muitas pessoas falando que ‘não era brega, era Calypso’. Mas era brega sim”, pontuou.

DIFERENÇA ENTRE DANÇAS

Outro ponto bastante reforçado pelo coreógrafo é a questão de dissociar a “dança social” da “dança de palco”.

Em danças sociais, é comum que as pessoas dancem mais próximas e os movimentos sejam menos expansivos. Já nas “danças de palco”, a performance é a parte mais importante da dança, pois é algo que complementa o show. Logo, neste caso, as vestimentas são mais chamativas, assim como os passos e a coreografia.

“As pessoas assistiram a ‘Dança dos Famosos’ e falaram assim: ‘Não é assim que o paraense dança’. Pois não é assim mesmo. Quando eu saio para dançar, eu ponho a minha melhor roupa, meu melhor perfume, vou para a festa e danço. Meus movimentos não são espalhafatosos. Não são grandes. Não saio jogando a minha parceira para cima, não faço pegadas, não faço movimentos aéreos. Eu danço aqui gostosinho pra me divertir e para curtir esse momento”, ressaltou Rolon Ho.

“Eu acredito muito que as pessoas queriam ver esse tipo de brega, mas não pode, porque é uma dança social. A gente lá na ‘Dança dos Famosos’ quis mostrar o brega de uma forma mais ‘show’. Da forma como a Banda Calypso, a Companhia do Calypso, Banda da Loirinha e várias outras bandas que tem dançarinos fazem quando tem dançarinos no palco. É isso que dá audiência”, complementou.

“É muito importante você saber diferenciar cada estilo e entender nossa cultura como um todo. […] A gente precisa bater no peito e dizer ‘Sim, o brega é nosso!” […] Mude seu comentário nas redes sociais e vamos comemorar esse momento histórico em que o brega está em rede nacional e exposto para o mundo todo!”, frisou o dançarino.

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