Rede coletiva: mulheres cis, trans e travesti como aliadas

Written by on 8 de março de 2023

Segundo a psicóloga Érica Vieira, historicamente, a mulher vive em uma representação social construída pelo patriarcado, em que predomina a autoridade do homem. Ela afirma ainda que o Brasil é um dos país que mais mata travestis e pessoas trans, além de ter um crescimento diário de feminicídio. 

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Atrelado a esses fatores, Érica acredita que a mudança desse cenário pode ser conquistada em um trabalho de base, com a educação dos filhos, assim como a luta coletiva. “Somos detentoras de uma ferramenta potente de luta: a sororidade!”, ressalta.

Para Lana Larrá, mulher travesti, ativista LGBTQIAP+ e 1ª coordenadora adjunta da área de mulheres trans e travestis, no comitê gestor do Plano Estadual de Enfrentamento à Lgbtifobia do Pará, a importância do reconhecimento no dia 8 de março é fundamental.

 











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“É muito mais do que necessário. Infelizmente ainda não somos lembradas nesta data, porque ainda tem a falta de consciência do que é ser mulher de fato, e para nós, mulheres trans e travesti, esse reconhecimento é a quebra do patriarcado cisnormativo imposto por uma sociedade transfóbica e machista”, ressalta Lana.

Uỳara Amanaỳara, mulher travesti e artista de multilinguagens, tatuadora e body piercer, acredita que o reconhecimento da data traga evidência. “Ser evidenciada enquanto mulher me faz ser respeitada, olhada e tratada como uma, porque eu sei que sou uma mulher, não preciso ser reconhecida para isso, mas ser respeitada como uma, ser incluída em leis governamentais, é impagável”, diz a artista. 

 











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Uỳara também ressalta a importância das mulheres cis, que são mulheres que nasceram com o sexo biológico feminino e se identificam com este gênero, sejam aliadas à causa trans/travesti. “A cisgeneridade sempre pode ser uma agressora em potencial, quando mulheres cis deixarem de definir ‘o mulher’ baseando-se na genitália de uma pessoa. Elas (as mulheres cis) podem começar a dar voz a essas tantas outras mulheres que lutam pelas mesmas coisas e, às vezes, até por mais. (…) A luta é a mesma, contra o patriarcado”, finaliza a tatuadora.

Da mesma forma, Agnes Lucius, mulher trans e graduanda em filosofia em uma universidade pública do Estado, acredita que as mulheres cis podem se tornar aliadas por meio do respeito à diversidade feminina. “Iniciando com o respeito do direito de mulheres trans e cis usarem os mesmos espaços, de participar da conscientização acerca da causa trans e de apoiar os negócios e empreendimentos de mulheres trans. Somos uma rede e todas somos importantes para o bom funcionamento desses laços”, enfatiza Agnes. 

 











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A estudante também ressalta a importância do reconhecimento para além do dia 8 de março. “Ser reconhecida por quem somos não deveria ser um ato unicamente para o dia 8 de março, e sim para todos os dias. Enquanto o dia 8 é apenas um dia, nos outros 364 dias do ano, mulheres morrem todos os dias. Neste dia é importante reforçar que nossas vidas são importantes e que ninguém tem o direito de tirá-las” finaliza Agnes.

Alice de Oliveira, mulher trans e artista independente, também destaca a importância consciente do reconhecimento: “acredito que o mais importante nesta data é lembrar que ela representa a luta, e mesmo que tenhamos avançado, ainda sofremos muitas violências e desigualdades”.

 











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Alice, também enfatiza como as mulheres cis podem se tornar aliadas às mulheres trans/travesti. “Reconhecendo que somos plurais e que não podemos reproduzir a mesma violência que nos inferioriza, pelo contrário dar suporte, formando uma grande rede de apoio contra uma sociedade que já nos maltrata tanto”, diz a artista.

A mulher cisgênero como aliada: uma grande rede

As mulheres cis Nayana Batista, jornalista, e Ana Maria Vizeu, estudante, destacam que ser mulher é viver uma luta diária e resistir. Elas também ressaltam que reconhecem a importância de estarem aliadas e juntas às causas das mulheres trans/travesti. 

“Como pessoa LBTQIAP+, busco respeito para mim e para os meus. E acredito que a base venha daí: respeito. Tratando as pessoas como elas querem ser tratadas, buscando inserí-las no mercado de trabalho, apoiando iniciativas em prol de pessoas trans, e claro, sempre buscando a educação”, diz Nayana, que também enfrenta diariamente consequências do patriarcado. 

Ana Maria Vizeu segue na mesma linha de raciocínio quanto ao papel que representa na causa social: “meu papel como aliada à causa é sobre reverberar as narrativas destas mulheres, tratá-las do jeito como elas querem ser tratadas, apoiando e defendendo seus lugares no mercado de trabalho e etc”. 

Para ela, “ser mulher é ter empatia, é sentir a dor da outra, a dor de ser mulher. (…) A luta por dias melhores para nós é incessante e necessária, a alteridade e o amor umas com as outras é essencial” finaliza a estudante.


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