Vítimas relatam desespero e gritos durante incêndio no Guamá
Written by on 11 de fevereiro de 2023
O relógio marcava pouco mais de 22h30 da sexta-feira (10), quando as chamas tomaram conta rapidamente de três casas de madeira na passagem Joana D’Arc, entre as passagens Rui Barbosa e São Lázaro, no bairro do Guamá, em Belém.
“A gente tava dormindo quando nos espantamos com os gritos. Pegou fogo aqui ao lado, no colchão, na rede, pegou fogo em tudo. Não tem mais como a gente ficar dentro de casa”, relatou Graciane Silva Aguiar, uma das vítimas do incêndio, em contato com o DOL na manhã deste sábado (11).
Nascida e criada no bairro, Graciane revela que seus familiares das outras duas casas atingidas perderam tudo o que tinham — uma herança de pai e mãe.
“A minha [casa], com a graça de Deus, ainda posso salvar algumas coisas, mas minha irmã, irmão, filha e neto, todos perderam tudo. O da minha irmã foi perda total”, lamentou a moradora.
Curto-circuito e explosão
Assim como os demais moradores, Graciane suspeita que o incêndio tenha sido provocado por um curto-circuito. “É preciso aguardar o laudo, mas acham que pode ter sido isso porque começou em cima [na casa dos altos]”, diz.
Suzane Soares, vizinha das vítimas, disse ao DOL que estava em casa quando, por volta de 22h, um curto-circuito no ventilador iniciou a tragédia.
“O fogo se alastrou rapidamente, atingindo duas casas. Os moradores tentaram amenizar jogando água, porém o gás do botijão explodiu e não foi mais possível amenizar”, contou ela. Esse teria sido o momento em que José Ramos, de 58 anos, outra vítima do incêndio, sofreu queimaduras de segundo grau no braço direito. Ele foi socorrido por uma equipe do Corpo de Bombeiros. Não há informações sobre o seu estado de saúde.
Amparo e doações
Desde o início da manhã de hoje (11), equipes da Defesa Civil estiveram no local para fornecer os primeiros auxílios às famílias atingidas. Uma assistente social da Comissão também esteve presente, orientando as vítimas sobre as formas de acesso às redes de proteção e assistência social, articulando também com a Fundação Papa João XXIII (Funpapa).
“Estamos na casa de uma vizinha, conversando com a Defesa Civil”, diz. Além da ação adotada pelas autoridades públicas, uma mobilização deu-se início na comunidade para ajudá-los. “Tem uma igreja aqui perto que vai ajudar na arrecadação, estão recebendo roupas, sapatos, essas coisas”.