Fãs de Madonna selecionam os 40 hits indispensáveis da turnê

Publicado em 24 de janeiro de 2023

O anúncio da primeira turnê de Madonna desde 2019,
feito há uma semana, causou rebuliço no mundo da música. Os shows, porém, ficam
restritos à América do Norte e à Europa, deixando fãs brasileiros de mãos
abanando. Este jornal convidou quatro especialistas na diva -a repórter
especial Teté Ribeiro, o crítico de cinema Bruno Ghetti, o designer Márcio
Sampaio e o editor da Ilustrada, Silas Martí- para montar o show ideal, com dez
músicas perfeitas para celebrar os 40 anos de carreira de Madonna.

TETÉ RIBEIRO

“Into the Groove” – De 1985, composta
para o melhor filme que Madonna fez como atriz até hoje, “Procura-se Susan
Desesperadamente”.

“Express Yourself” – Homenagem de Madonna
à banda Sly and the Family Stone, tem tudo a ver com empoderamento feminino,
mas precede o termo

“La Isla Bonita” – Primeira incursão de
Madonna por ritmos latinos, a música tinha sido oferecida antes para Michael
Jackson, que recusou.

“Open your Heart” – Essa música foi
composta como um rock´n´roll para Cindy Lauper, que recusou, Madonna ouviu,
gostou, transformou num hit pop irresistível.

“Like a Prayer” – Nome do 4º álbum, de
1989, é minha favorita, e, no clipe, Madonna está morena, recurso que usa
quando quer falar sério.

“Don’t Tell Me” – Madonna vaqueira.
Impensável quando ela surgiu, virou verdade no ano 2000. Mas ela embutiu música
eletrônica e muito feminismo, claro, como sempre.

“Beautiful Stranger” – Composta para a
trilha do filme “Austin Powers”, de 1999, ótimo pop psicodélico com
guitarra pesada que nunca devia ficar fora de nenhuma pista.

“Live to Tell” – Melhor balada de
Madonna, composta para o grande amor de sua vida, o ator Sean Penn, que usou
como trilha de seu filme “At Close Range”.

“Bitch I’m Madonna” – Do álbum Rebel
Heart, de 2015, tem participação da rapper Nicki Minaj e dispensa explicações.
Bitch, she’s Madonna, afinal.

“Medellin” – Hit e clipe clássicos desde
o lançamento, em 2019, apresenta o seu novo alter ego, Madame X, e volta à
latinidade musical que ela ama.

BRUNO GHETTI

“Borderline” – Música da primeira fase da
cantora, quando ela ainda tinha a insolência típica de aspirante a ídolo pop,
quando ainda não se tem muito a perder

“Crazy for You” – Ainda hoje uma das
baladas românticas mais apreciadas pelos fãs. Foi tema do longa “Em Busca
da Vitória”, de 1985

“Beautiful Stranger” – Foi parte da
trilha sonora da comédia “Austin Powers: O Agente Bond Cama”, de
1999. O clipe da canção, em que Mike Meyers flerta com Madonna, talvez tenha
ficado mais na memória do que o filme. É uma das músicas com o melhor duo
melodia-arranjo de toda a carreira da loira

“Like a Virgin” – Foi com ela que a
cantora deixou de ser uma promessa e se tornou um ícone pop

“Deeper and Deeper” – Quando se fala na
fase “Erotica”, talvez este hino LGBT não seja a música mais
lembrada, mas é provável que seja a melhor de todo o histórico álbum de 1992

“Justify My Love” – Funcionaria como o
momento de maior voltagem sexy do espetáculo, com Madonna ao microfone enquanto
um telão mostra cenas do brilhante videoclipe da canção

“Ray of Light” – Uma Madonna mais madura,
e também mais espiritualizada: foi assim que a cantora surgiu quando lançou o
álbum homônimo, em 1998. Os arranjos incluem instrumentos que permitem fazer o
ouvinte se lançar em uma experiência mística ou, talvez, até psicodélica

“Take a Bow” – Momento de relembrar a
paixão de Madonna pela latinidade

“Don’t Cry For Me Argentina” – No melhor
filme em que já atuou, “Evita”, de 1996, há várias pérolas que também
merecem destaque: “Oh, What a Circus!”, “Rainbow High” ou a
oscarizada “You Must Love Me”. Mas nenhuma é tão icônica como a que é
entoada quando Eva Perón aparece na varanda para falar ao povo argentino

“Like a Prayer” – A música perfeita para
o bis. Afinal, quem não gosta de “Like a Prayer”, mesmo tocada à
exaustão, quando lançada em 1989?

MÁRCIO SAMPAIO

“Vogue” – Quando Madonna lançou este
clássico de 1990, as pessoas descobriram que os passinhos haviam sido criados
na década de 1980 nas festas chamadas Ballrooms em Nova York por bichas e
travestis pobres e pretas. Desde então, nunca mais as gays de todo o mundo
deixaram de fazer o clássico agachamento tocando a cabeça nas pistas

“Holiday” – Feriado já é bom, e ao som
dessa explosão fica melhor ainda. Essa música parece transformar qualquer festa
em uma chuva de papel picado

“True Blue” – Essa baladinha que
geralmente era tocada no final das festas quando todos, já embriagados,
cantavam e faziam passinhos como se fosse um ritual de acasalamento —e sempre
funcionava.

“Deeper and Deeper” – Apesar de ser uma
canção de amor, o título sempre me levava a pensar que era uma música de
suruba. Talvez fosse uma premonição pois, em 1993, em seu primeiro show no
Brasil, o ‘The Girlie Show’, Madonna apresentava a música numa coreografia que
parecia uma orgia frenética com bailarinos e bailarinas suados e praticamente sem
roupa

“Nothing Really Matters” – É considerada
a música mais morna do disco “Ray of Light”. Mas a diva não ia levar
essa crítica para a casa quietinha. Num dos melhores videoclipes já feitos, em
1999, ela surge como uma Nossa Senhora japonesa segurando um saco plástico como
se fosse o menino Jesus. Para mim ainda é um dos clipes mais modernos até hoje

“Frozen” – A batida chiquérrima permeia
uma letra com ar religioso na qual ela diz não se sentir suficientemente perto
do céu

“Ray of Light” – Título do meu disco
preferido, essa faixa era a mais esperada nas boates. O raio de luz dominava as
pistas dos clubinhos LGBTQIA+ e parecia que o efeito do álcool e das drogas era
potencializado pela batida acelerada da música

“Music” – Madonna continua querendo a
pista lotada. Já mais velha, desta vez ela pede ajuda ao DJ pra mostrar o seu
boogie-woogie ostentação

“Hung Up” – Nesta faixa, Madonna volta
aos anos de 1980 com collant, polaina e muitas cores fluorescentes. Com sample
da banda sueca Abba, o barulhinho da introdução já atiça a bateção de cabelo

“What it Feels Like for a Girl” – Essa
faixa já era ótima, mas a rainha do pop resolveu incrementar e lançou um clipe
com a música remixada em que ela interpreta uma bandida que dirige um carro
amarelo que traz nas placas as palavras “pussy” e “cat”
enquanto sai freneticamente pelas ruas com uma velhinha que sequestra de um
asilo

SILAS MARTÍ

“Burning Up” – Um dos primeiros singles
lançados pela artista, a canção resiste ainda como uma explosão autêntica de
energia oitentista. Ouvir “Burning Up” é voltar a uma pista de dança
grudenta e esfumaçada comme il faut, daquela Nova York que hoje só existe nos
nossos sonhos mais nostálgicos

“Holiday” – Sim, precisamos de férias.
Volta e meia, essa canção volta a ser o hino de celebração que sempre foi.
Mesmo com batidas mais relaxadas, nunca fez feio numa pista e sempre frequentou
o repertório da diva. Nas quatro décadas que se celebram agora, seria um crime
que ficasse de fora da lista.

“Keep It Together” – Escondida no disco
que lançou o megahit “Like a Prayer”, este é um lado B delicioso. Dá
para entender por que ficou na sombra esse tempo todo e quase nunca é lembrado,
mas seu manifesto pelo amor fraternal numa das épocas mais tensas da história
recente ainda vale ser ouvido de novo e de novo

“Vogue” – Clássico dos clássicos, a
canção já mostrava por que Madonna é uma artista incontornável, sempre em
sintonia com aquilo que é a essência sonora, visual, estética de sua época. Do
underground nova-iorquino, a artista talhou a música que se tornou um hino gay
e um manifesto hedonista

“Rescue Me” – Na dificuldade de escolher
só dez canções, essa ganha no duelo com “Justify My Love”, mas penso
nas duas como extensão uma da outra ali no finzinho do “Immaculate
Collection”. É um crescendo de energia e potência feminina, um dos mais
belos momentos da voz da diva, que, sim, sabe cantar

“Erotica” – Outro divisor de águas na
carreira da artista, esta não pode ficar de fora. Madonna se reinventou no
álbum que leva o mesmo nome e pavimentou o caminho para outras revoluções
estéticas que viriam depois, com “Bedtime Stories” e “Ray of
Light”. É puro tesão, não precisa dizer mais nada.

“Deeper and Deeper” – Pornográfica no
título, recatada na letra, é outra daquelas faixas que chacoalham qualquer pista
e já tem a pegada retrô que marcaria a delícia que foi “Confessions on a
Dancefloor”, de anos mais tarde. No mesmo álbum de “Erotica” e
“Waiting”, esta às vezes rouba fácil os holofotes na memória do fã

“Secret” – Aqui tudo toma outro rumo. Mas
é irresistível o clima de speakeasy do Harlem, a cantora numa fase mais madura
do ponto de vista artístico a ponto de se arriscar a abandonar o fervo das
pistas e embarcar numa balada quase soul. E confesso que “Bedtime
Stories” é o meu disco preferido de Madonna

“I’d Rather Be Your Lover” – Do mesmo
disco, esta é outra das mais grudentas e safadas, fácil de esquecer só que
muito mais fácil ainda de lembrar. É daquelas canções que deslizam sem freio e
mais uma incontável confissão de desejo e tesão por parte da mais despudorada
de todas as divas da música pop na história

“Hung Up” – O mergulho na música disco e
no clássico do Abba fez desta uma das canções mais em sintonia com mais uma
onda retrô que varreu a música pop. Veríamos ecos desse retorno ao fundo do baú
em artistas como The Weeknd depois, mas Madonna chegou lá antes. E a música
marcou a entrada do novo milênio


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