Pitty e Nando Reis fazem show juntos em Belém
Written by on 18 de novembro de 2022
Nando Reis não esconde a admiração que tem pela baiana
Pitty. E vice-versa. Se eles trocavam figurinhas nos bastidores da música, a
parceria nos palcos teve “start” quando Nando se emocionou ao vê-la interpretar
“Relicário” numa edição do “Saia Justa”, programa que a cantora apresentava ao
lado de Gaby Amarantos e Monica Martelli. Daí veio o convite para a gravação de
“Um tiro no coração”, lançada no ano passado, o que deu aos dois ideias ainda
maiores. E se eles se juntassem em uma turnê?
Assim surgiu “As suas, as minhas, as nossas”, show com que
os dois desembarcam neste sábado, 19, em Belém, no palco da Assembleia
Paraense, reunindo no set list alguns dos grandes sucessos dos dois artistas.
Entre eles, o público vai ver Nando interpretando “Temporal” e “Na sua
estante”, e também Pitty cantando “All Star”, por exemplo.
Mas não se trata simplesmente de apostar no jogo ganho com a
plateia e desfilar hits. Como explica Pitty, que assina a direção geral e
artística e ainda a direção musical do show – esta última junto a Paulo
Kishimoto -, o mote foi apresentar um outro universo, em que as obras dos dois
se encontram para criar um terceiro elemento. Não à toa a música escolhida para
a abrir o show foi “PittyNando”, composição feita pelos dois ao longo do processo
de elaboração do show.
“Demorei meses para montar esse show justamente por querer
fazer tudo com muito conceito, cuidado, atenção, com muita coerência para que
aquilo se transformasse em um universo, numa terceira coisa que não era nem o
show de Pitty nem de Nando, é PittyNando. É o que a gente queria desde o
começo. E vendo o desenrolar do show, sinto que isso foi alcançado”, comemora a
cantora, em entrevista exclusiva ao DIÁRIO.
Talvez por isso também o caminho escolhido por ela e
Kishimoto para os arranjos feitos especialmente para esta turnê desemboquem em
uma estética da colagem, apostando nos mashups e samples, “para que uma música
realmente se misturasse com a outra, e para que a gente tivesse bases de uma
música que pudessem ser usadas na outra”.
Essa simbiose também está na escolha por “misturar” músicos
das bandas de ambos: da equipe de Pitty, vieram Kishimoto (lap steel e
percussão), Martin Mendonça (guitarra) e Daniel Weksler (bateria), e de Nando,
Felipe Cambraia (baixo) e Alex Veley (teclados).
“Ao lado do Paulo kishimoto, fui construindo essa parte,
música por música, acertando a tonalidade, pensando na instrumentação. São as
músicas que as pessoas conhecem, mas tocadas de um jeito que ninguém viu
ainda”, adianta.
Assim Pitty diz que eles conseguiram se apropriar, um do
repertório do outro, de uma forma muito natural – “os arranjos foram feitos
para isso, de forma especial para esse projeto”. Algo que não passa batido
pelos públicos de ambos, com a resposta no sucesso da turnê iniciada em agosto.
“Tem sido incrível. A mistura tem sido tão natural, acho que essa é a palavra,
tão orgânica… Os públicos dialogam e tem gente que gosta tanto de um quanto
do outro, então a gente tem sentido uma homogeneidade”, diz.
A troca no palco traz novas e belas experiências, garante
Pitty. Especialmente para ela, que potencializa seu lado de intérprete neste
show. “Posso falar por mim, tenho tido a experiência de conviver com um grande
compositor, com uma pessoa incrível e de trazer esse lado intérprete para o palco,
que é uma coisa que eu nunca tive ao longo da minha carreira. Fora a diversão!
A gente tem se divertido muito”, entrega. “Também vê-lo interpretando minhas
músicas. Essa é a grande troca, ver as minhas composições sendo apropriadas por
Nando e me apropriar das composições dele”.