Psica anuncia Baco, MC Naninha e retorno do Madame Saatan
Written by on 11 de outubro de 2022
As
sonoridades de comunidades pretas e marginalizadas do país e a valorização dos
ritmos amazônicos voltam a dar o tom da 10ª edição do festival Psica. Nesta
terça-feira (11), o evento anunciou os primeiros nomes que vão se apresentar em
Belém, entre os dias 16 e 18 de dezembro. Mesclando estilos como rap e blues, a
potência baiana de Baco Exu do Blues será uma das grandes atrações do festival.
Baco deu a
largada para o anuncio da edição comemorativa de 10 anos do evento. Ao longo do
dia, outros dois nomes foram divulgados: o retorno do Madame Saatan, ícone do
grupo de rock paraense dos anos 2000, e a MC Naninha, sensação do funk carioca.
O evento é
um dos festivais pretos mais influentes do país, e acontece tradicionalmente no
final do ano, em dezembro. Em 2022, depois de dois festivais gratuitos -do Dia
do Meio Ambiente (5/5) e Dia da Amazônia (4/9)-, reuniram mais de 40 mil
pessoas.
Inspirados no
movimento neo-cabano, o Psica vem dialogando sobre decolonialidade há vários
anos. Nesta edição comemorativa, as profundezas de rios, matas e estradas abrem
caminhos para celebrar a cultura amazônica a partir das cidades do interior e
de suas manifestações culturais de resistência secular.
O
sincretismo religioso e a tradição cultural de indígenas e negros que hoje
temos com a Marujada, o Çaíré, a festividade de São Sebastião no Marajó são
temas que pautam a 10ª edição. Jeft Dias, um dos criadores do evento, comenta
que o Psica, além de fazer parte de um movimento cultural na região amazônica,
se posiciona como resistência política e social em Belém. “Dentro do
festival discutimos temas para fazer com que as pessoas, cada vez mais, se
identifiquem com esse movimento. Desde 2018 a gente vem fazendo isso e se olhar
para trás, a gente sempre fala de pautas decoloniais”, afirma Dias.
Gerson
Junior, que cuida do evento ao lado de Dias, comenta a importância do evento na
auto-estima do público paraense. “A gente fala muito com o público local
para ele se olhar, se enxergar, se ver em lugares de protagonismo e ocupar os
espaços, mostrando nossa forma de pensar cultura, pensar mundo, a humanidade,
que essa forma de pensar chegue em outras pessoas. É um movimento de dentro pra
fora”, conclui Junior.
O Psica,
muito além de um festival multicultural, é um movimento artístico preto e
periférico nascido na Amazônia que vem alcançando influência em todo o Brasil.
A Psica Produções também é responsável por um selo, a Psica Gang, que reúne 17
artistas da música e das artes visuais e que este ano assinou contrato de
distribuição musical com a Warner Music Brasil.
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PSICA
Quando: 16 a
18 de dezembo