Procura por objetos de cera aquece produção em Belém

Faltando menos de uma semana para a realização do Círio de Nazaré, as vendas dos tradicionais objetos de cera já estão a todo vapor. O mercado já está aquecido desde o final de setembro. Para atender bem os fiéis, os proprietários das casas mais tradicionais de Belém possuem um vasto leque de opções que vão desde os famosos membros do corpo humano até a miniaturas de pets. A renda da temporada deve vir para suprir com os prejuízos dos dois anos de restrições da pandemia.

OPÇÕES

De acordo com o proprietário da Casa Círio, Pedro Manoel Barbosa, a procura iniciou ainda no fim de setembro e se intensificou na última semana do mês passado. Na loja, localizada na rua Dr. Malcher, as vendas podem ser consideradas similares às de 2019, quando foi realizado o último Círio nas ruas. Para acompanhar a demanda, a produção das peças foi praticamente dobrada.

“São 92 espécies de objetos de todos os membros e órgãos do corpo humano, além de bens materiais, como casa, carro, moto, bicicleta, e depois vem os animais de estimação, vaca, boi, cachorro, gato. Normalmente, os campeões são as cabeças e casas, mas para esse ano a gente apostou bastante no coração e no pulmão. E tem saído demais, é só o que o pessoal pede”, contou.

Para além dos campeões de vendas, Pedro também se dedica às opções inexistentes no catálogo. “O que não tem na nossa relação de produção, a gente tenta suprir para não deixar ninguém sem pagar promessa. Se alguém vier com uma ideia, a gente consegue fazer dentro do limite de produção. Essa semana eu já não consigo mais pegar, se vier algum pedido fora da linha de produção já prometo entregar depois do Círio”, disse.

O ofício, conta, é uma forma de aproximar os devotos a Nossa Senhora e estreitar os laços de fé. “Nesse período, eu costumo dizer que é mais uma questão de vocação, tradição, de um sentimento por crença, sem ter essa questão de algo somente comercial. São valores de peças que a gente coloca bem acessível, cinco, dez, vinte reais. Todos nós somos católicos e esse trabalho também é como forma de devoção, o dinheiro nesse momento fica um pouco de lado”, afirma Pedro.